terça-feira, 31 de julho de 2007

Chove em London

Chove em London.
Como em mim, neste Universo.
Transfiguração real
da paisagem de mim mesmo.
Cada gota é um símbolo
dos muitos que existem.

O azul se transforma
no cinzento que paira em mim
diluindo-se nos meus átomos
como a luz que alumia a cidade
em descargas eléctricas
que trovejam em mim
apesar da minha passividade.

As casas vermelhas à minha frente
tornaram-se mais vermelhas
porque as desejo e quero;
ver-lhes a côr é um simbolismo
da minha eternidade.
Os raios de luz que nelas se reflectem
reflectem-se em mim
como eu me reflicto
no Universo e nas Estrelas.
Tanta luminosidade!...

Mais um raio;
adversidade para mim natural
da Natureza que se cumpre
que eu olho, que eu sinto.

Chove em London.
Não sei se chove em mim
ou no que sinto.

A luz que se acende
não sei se é o revés da tranquilidade.
O que é?... Quem sou?...

Mais um raio;
o rumor de mim em mim mesmo.
A homenagem devida ao outro lado.

Estou em mim.
A chuva pára de cair.
O céu, ele mesmo, se apazigua.
Os momentos que vivi
no momento que choveu
me transformaram
no ser futuro
futuro de mim mesmo
traçado nas gotas de água
que param de cair a qualquer momento
impensado mas controlado
como as nuvens que pairam no céu
para regarem a sede
condição irrevogável
de se completarem.

F. Santos
05/07/2001

segunda-feira, 30 de julho de 2007

A minha pintura

A pintura na minha sala
é um desenho inconsciente
que cobre toda uma ala
dum espaço inexistente.

Tenho aqui uma imagem
daquilo que eu pensei
tal e qual uma viagem
a um mundo que é só lei.

Um desenho é um livro
de traços e metáforas
de um mundo que eu vivo
de ideias abstractas.

Saber seu significado
não é obra do pintor
o que é observado
é que é esclarecedor.

Tenha o sentido que tenha
nunca é o que está certo
pois há sempre mais que um
a pensar que está correcto.
1/10/95

sábado, 28 de julho de 2007




Olho a tua face.
Brilhas na noite
como uma luz na tempestade.
Tuas fases são a vida
e o princípio da verdade.
Cumpres como eu um destino.
Tua face é um espelho
da terra e dos planetas
tua imagem o que é belo
entre o sol e as estrelas.
1/10/95

quinta-feira, 26 de julho de 2007

O Sol põe-se...

O sol põe-se atrás da minha montanha.
Espera!... Pára!... Não desapareças,
não vás iluminar outros mundos.
Fica sempre o sol que se põe
atrás da minha montanha.
Deixa-te estar, ilumina a minha existência.
Mantém constante a energia em que me envolves.
Desapareces e quem me ilumina?...
Afastas-te e eu sinto um vazio...
Ilumina a minha noite para sempre...

E saber que tenho de te deixar seguir
a tua infinidade.

Amanhã és um sol de outro dia.
1/10/95

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Das coisas simples...

Das coisas simples
tiro o conhecimento.
Da Natureza
o pensamento.

Me absorvo no que é natural
o que me é mais querido.
Não sou eu, natureza irreal
mais que um destino?

Todo o dia é um dia
novo e diferente.
Vivo-o como se ele fosse
uma vitória constante.

Não faço da vida uma carga
desconhecida e incerta
procuro uma visão larga
uma mão que se aperta.

1/10/95

domingo, 22 de julho de 2007

Entardece


Entardece.
Como em mim, a Vida repousa.
Como a Vida em que o descanso
é semblante do fim dum dia.

Entardece.
As sombras que, por fim
se põem em mim
no meu horizonte.

Entardece.
Medito nas sombras
vividas
no dia-a-dia.

Entardece.
Nasce a luz da noite
da Lua
e das Estrelas.

Entardece.
Faz-se tarde em mim
o acordar
no dia seguinte.

21/07/2007

sábado, 21 de julho de 2007

Ciclos

Nasceu uma luz
um ponto energético.
Acabou de se cumprir um desejo, um acaso.
Mais um ciclo que se iniciou para se acabar.
Nasceu uma necessidade, um destino.
Uma luz que se apaga.
1/10/95

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Quem és?

Olho para ti
e não me conheço.
Vivo os abismos
da dualidade.
Penso em ti
tal tigre a sua presa.
Quero amar-te
como se ama a natureza.
Pertences ao Olimpo
da minha consciência.
Não sei quem és
apenas que te sinto.
Não sou nada daquilo
que me podes dar.
Dás-me tudo
mas nego-te
a minha compreensão.
29/9/95

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Comece a música!

Comece a música.
Ouçam-se ferros cintilantes
tambores, violinos, tenores.
Haja alegria.
Cantem sinfonias
toquem operetas, dancem
dêem largas á satisfação.
Quero ouvir-vos bem alto
como pássaros azuis
no Universo.
Quero convosco dar largas
á minha euforia de viver
cantar poetas, saltimbancos
pastores no topo do mundo
a tocar de flauta isto tudo.
29/9/95

terça-feira, 17 de julho de 2007

Sou o que sou

Sou aquilo que sou.
Sou aquilo que não sou.
Não sou aquilo que sou.
Sou o que penso ser.
Quero o que penso.
Sou o que quero.
Vejo o que vejo.
Não vejo o que vejo.
Vejo o meu subjectivismo.
Sei aquilo que sei.
O meu pragmatismo.
29/9/95

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Nada do que sou...

De tudo o que a vida me deu
nada desprezo.
Aceito tudo
como uma flor as suas pétalas.
Cumpro em mim
o meu destino.
Nada do que sou o não quero.
O que não me satisfaz
o compreendo.
Nem deuses, nem ninfas
me tirem o meu destino.
Quero a vida como a uma rosa.
Dou-lhe tanto quanto posso.
Armo-me com os seus espinhos.
Tudo o que sou, lho devo.
Tudo o que quero
lho pergunto, lho obrigo.
Cabe-lhe a ela me dar
o que Olimpos me fazem querer.
28/9/95

domingo, 15 de julho de 2007

Não sou

Não sou.
Não faço parte de nada.
Não quero nada, não vejo nada,
não ouço nada.
Reduzo-me à não-existência.
Não tenho nem deus, nem alma
nem homens, nem mundo.
À volta de mim tudo é oco.
Como sei isso se não existo?...
1/10/95

sexta-feira, 13 de julho de 2007

A Vida

A Vida ajuda a quem procura a Felicidade.
A Vida ajuda a quem é constante nessa procura.
A Vida ajuda, a quem, constantemente, procura a Felicidade.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Conheço apenas de mim

Conheço apenas de mim
aquilo a que pertenço.

A minha multiplicidade
não me impede de desconhecer
a multiplicidade de tudo isto.

Acredito no que compreendo.

O que não fui
não sei se o poderei ser.
O meu conhecimento e vontade das coisas
determinam o meu futuro.

Acredito no conhecimento do passado.

Sou aquilo que fui, que quero
que compreendo.
Cumpro as minhas inspirações
hereditariedades e satisfações.

Sou o que compreendo
e o que não compreendo.
12/9/95

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Não tenho religião

Não tenho religião.
A minha filosofia é a vida
e a sua manifestação.
Não sei se ando doente, mutilado
ou se tenho ou se não razão.
Sou tudo aquilo que vejo
para a minha realização.
Não sou mais que um dormitório
com leis mesmo à minha mão.
Sou tudo aquilo que penso
bem ou mal, sim ou não.
O que quero é estar preceptivo
ao poder que está em questão.
Quero tudo, quero nada
quero a minha razão.
29/9/95

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Querer ser tudo

Querer ser tudo
É não ser nada
ouçam bem o que lhes digo.
É tentar uma jornada
levantar uma morada
ou subir uma calçada
sabendo que está perdido
Queres tudo, não tens nada
queres nada ‚ o Paraíso.
29/9/95

terça-feira, 3 de julho de 2007

O Deus implacável e submissor

Gostava de descer à terra
como os deuses dos nossos antepassados.
Um deus dos campesinos.
Ser um deus fora de mim. Desconhecido.
Implacável. Submissor.
Que me construíssem templos em ouro.
Que matassem cadáveres e mos oferecessem.
Que me servissem em insignificância.
Que me adorassem sem fazerem parte de mim.
Que me amassem como a um Imperador.
Que me ouvissem sem me compreenderem.
Que não me sentissem.
Que não sentisse a raiva de não ser compreendido.
Não sentir o ódio de ser traído
a humilhação de não ser querido.
30/09/95

segunda-feira, 2 de julho de 2007


Fernando Pessoa, acima da Verdade

Não é, ou não deveria ser, preciso falar desta pessoa. Visite a página Fernando Pessoa e aprenda com um dos maiores, ou, porque não, o maior vulto da Lingua Portuguesa, no País e estrangeiro. O Sr. Fernado Pessoa é estudado em todas, ou quase todas, as Universidades deste planeta. Não o perca, nem o deixe perder pela sua descendência!

Ricardo Reis

Acima da Verdade

Acima da verdade estão os deuses.
A nossa ciência é uma falhada cópia
Da certeza com que eles
Sabem que há o Universo.
Tudo é tudo, e mais alto estão os deuses,
Não pertence à ciência conhecê-los,
Mas adorar devemos
Seus vultos como às flores,
Porque visíveis à nossa alta vista,
São tão reais como reais as flores
E no seu calmo Olimpo
São outra Natureza.

Esmaltes e Jóias

Visitem o Ilidio Martins, que é Jornalista num Jornal Português em New Jersey, USA, no qual é comentador desportivo, e é também uma pessoa que, com assegurado fundamento, faz comentários, entre outros temas, sobre a situação politica portuguesa , na sua Página e no seu Blogue . Se gostam de ouvir uma palavra, que para muitos será tema para adormecer, mas que para outros, os mais cautelosos e mais conscientes, que procuram respostas claras e directas, para assim as coisas terem sentido, aí têm essa palavra!

domingo, 1 de julho de 2007

Haverá direito à diferença?

Como é óbvio, vivemos na actualidade um mundo de mudança. Não são só os grandes desafios económicos com que a humanidade se depara e confronta, nos quais a pobreza é o principal resultado, como também, o sexo que leva à promiscuidade, e ainda as ideias Judaica, Muçulmana e Católicas, que porventura são civilizações milenárias que não souberam acompanhar a Revolução Industrial, e que, infelizmente, aterrorizam a mente dos viventes, querendo estes, apenas, querer viver em paz e acreditar num mundo melhor, (nem que para isso tenham que dar uma esmolinha), para quando forem julgados, no JuizoFinal. E já que falamos em julgamento, porque não ouvir o que outras pessoas meditam, e tentar fazer conjecturas?
2/7/07

E os mitos se criaram

Criaram-se os mitos.
A insuficiência de conhecimento
do Princípio.
Uma dúvida do conhecido e
não conhecido.
Um teorema incompreendido.
28/9/95