domingo, 30 de dezembro de 2007

Boas entradas!

Pacovillanova
deseja a todos os seus leitores,
colaboradores e amigos
um Óptimo Ano de 2008

sábado, 29 de dezembro de 2007

Sou Eu!

A Laura Chaves
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Pelos campos de fora, pelos combros,
pelos montes que embalam a manhã,
largo nos meus rubros sonhos de pagã,
enquanto as aves poisam nos meus ombros.
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Em vão me sepultaram entre escombros
de catedrais de uma cultura vã!
Olha-me o loiro Sol tonto de assombros,
e as nuvens, a chorar, chamam-me irmã
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Ecos longínquos de ondas... de universos...
Ecos de um mundo... de um distante Além,
deonde eu trouxe a magia dos meus versos!
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Sou eu! Sou eu! A que nas mãos ansiosas
prendeu da vida, assim como ninguém,
os maus espinhos sem tocar nas rosas!
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Florbela Espanca

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

sábado, 22 de dezembro de 2007

Se houvesse degraus na terra...

Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.
No céu podia tecer uma nuvem toda negra.
E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.
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Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.
Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar, e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.
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Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.
Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.
Correram os rapazes à procura da espada,
e as raparigas correram à procura da mantilha,
e correram, correram as crianças à procura da maçã.
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Comemorações

Na Escócia celebra-se uma tradição que consiste numa dança de homens armados de cornos de veado de grande envergadura, sendo acompanhados com música tradicional. Indagados os intervenientes sobre a proveniência do espectáculo, responderam desconhecê-la, mas que, contudo, continuariam a comemorar o dia, só por comemorar. Penso que em Portugal se verifica bastante este facto.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Ainda sobre a cimeira com África

Quando este " Verdadeiro Senhor ", propagador de uma mensagem de Paz e Esperança, visitou Portugal, o senhor primeiro ministro José Sócrates, não arranjou tempo para o atender, escondendo-se atrás das costas do Senhor Diogo Freitas do Amaral, que tem cara de padre e talvez o foi desdenhar, e do Sr. Dr. Mário Soares, que até o cachecol branco não soube colocar.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

E se..., em vez de...

-E se a Europa, em vez de se reunir com tiranos que não respeitam as condições ditadas pela velhinha Declaração dos Direitos do Homem, fossem a cada um desses países, e obrigassem, diplomaticamente, esses déspotas, a respeitar os Direitos Humanos?
-E se a Europa, em vez de se banquetear com Príncipes de contos de fadas, arrogantes, orgulhosos e ditatoriais, em cujos países a miséria e o sub-desenvolvimento persistem, juntasse esforços e utilizasse a coação através do apoio humanitário e moral, para fazer essas cabeças compreender, que a sua fortuna pessoal, fica tão célebre na história tanto quanto a miséria que impõem ao seu povo?
-E se a Europa, em vez de cumprimentar os auto-proclamados imperadores africanos que mantêm milhares de opositores nas cadeias a ser aterrorizados e até assassinados, se unisse e, se os esforços diplmomáticos não resultassem, utilizasse a força para assim forçá-los a dar aquilo que, para muitos desses países, será a primeiro relance de liberdade merecida, um louvor a um povo que foi historicamente calado pela infeliz colonização, e agora está sendo calado por um elemento oriundo do seu próprio povo, que, aproveitando-se do pouco desenvolvimento, que pela sua não tão distante história pode ser reconhecido, o ataca em sua própria casa, destituindo-o do pão e da alegria da vida, roubando as riquezas naturais do seu país, riquezas estas que deveriam ser deixadas em legado para as gerações futuras, para assim poderem apoiar o desenvolvimento, sendo em vez disso canalizadas para os cofres do seu Déspota, que, com um um orgulho e avidez excessivas e dementes, e acima de tudo, sem moral nem constrangimentos, esbanja com os seus e em superficialidades, o dinheiro do leite que devia alimentar as crianças do seu povo?
- Alimentem as crianças de África!
Medite sobre isto:
- Em Nairobi, Quénia, existem actualmente cerca de 120.000 crianças a viver na rua, sem qualquer tipo de apoio, obrigando-os a pedir e a roubar para meter alguma coisa na boca. O seu passatempo é a snifar cola.
F.Santos

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Há quem passeie...

Há quem passeie algemado
a princípios de ignorância
e olhe com relutância para o passado de todos
quantos foram algemados.
Para o presente, olhos eivados d'inconsciente desprezo.

Os «anjos» aparecem sempre,
com o ar cãndido
das pombas que voam anilhadas e perdidas
nas tempestades
criadas artificialmente.

Há nisto um conformismo...
E, como personagens a passear
pelos jardins desertos, passam.
Criam-se situações de fogos fátuos.
Nem sequer assustam as crianças.

Os «anjos», continuam
a passear.
Ao menos, tivessem consciência
dos olhares cruzando-se; distantes nas realidades
de enganar...
Crianças...

Os palhaços, contam-se pelos dedos.
Maquilhados por natureza,
sentem
e vivem sôfregamente
e pintam-se garridamente.

Vamos rir.
Tudo está diferente, hoje.
E todos crianças,
vamos rir nos tumultos,
nas gargalhadas fáceis.

Olhares de trapezistas. Agudos.
O mundo d'artista...
Já vira a Rosa equilibrista?
Arame que a sustenta.
Corda de violino.
Tensa.

Dá-me a lição de magia.
Faz-me desaparecer entre as árvores,
cobre-me e obriga-me a saltar
vinte vezes as poldras.
Dá-me condições de poder trepar.

Extraído do livro
"Ensaio e Testemunho"
de Fernando Amaral

Nota: Coloquei este poema no meu blogue em Homenagem ao Sr. Dr. Otílio de Figueiredo, pois quando comprei este livro na sua livraria, trazia este e outros poemas assinalados, o que me levou a crer que tinha sido o saudoso activista a fazê-lo, ( devo dizer que foi o próprio que me atendeu e me sugeriu este livro para musicar, pois tinha sido essa a intenção que me levou a entrar na sua loja), implicando isto para mim, a criação de um maior valor sentimental e intelectual em relação à leitura do mesmo livro e à descoberta de um Autor Vila-realense, o que para mim foi uma benéfica novidade.