terça-feira, 27 de novembro de 2007

Em louvor do grande Camões

Sobre os contrários o terror e a morte
dardeje embora Aquiles denodado,
ou no rápido carro ensanguentado
leve arrastos sem vida o Teuco forte.

Embora o bravo Macedónio corte
coa fulminante espada o nó fadado,
que eu de mais nobre estímulo tocado,
nem lhe amo a glória, nem lhe invejo a sorte.

Invejo-te, Camões, o nome honroso;
da mente criadora o sacro lume,
que exprime as fúrias de Lieu raivoso;

os ais de Inês, de Vénus o queixume,
as pragas do gigante proceloso,
o céu de Amor, o inferno do Ciúme.

Bocage