quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Já Bocage não sou!... À cova escura

Já Bocage não sou!... À cova escura
meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
leve me torne sempre a terra dura.

Conheço agora já quão vã figura
em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
se um raio da razão seguisse, pura!

Eu me arrependo; a língua quase fria
brade em alto pregão à mocidade,
que atrás do som fantástico corria:

Outro Aretino fui... A santidade
manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,
rasga meus versos, crê na eternidade!

Bocage

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Em louvor do grande Camões

Sobre os contrários o terror e a morte
dardeje embora Aquiles denodado,
ou no rápido carro ensanguentado
leve arrastos sem vida o Teuco forte.

Embora o bravo Macedónio corte
coa fulminante espada o nó fadado,
que eu de mais nobre estímulo tocado,
nem lhe amo a glória, nem lhe invejo a sorte.

Invejo-te, Camões, o nome honroso;
da mente criadora o sacro lume,
que exprime as fúrias de Lieu raivoso;

os ais de Inês, de Vénus o queixume,
as pragas do gigante proceloso,
o céu de Amor, o inferno do Ciúme.

Bocage

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Homenagem a Miguel Torga

Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
e que nele posso navegar sem rumo,
não respondas
às urgentes perguntas
que te fiz.
Deixa-me ser feliz
assim,
já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
o nosso amor
durou.
Mas o tempo passou,
há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
matar a sede com água salgada.

Miguel Torga

terça-feira, 20 de novembro de 2007

De tarde


Naquele “pic-nic” de burguesas,
houve uma coisa simplesmente bela,
e que, sem ter história nem grandezas,
em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico,
foste colher, sem imposturas tolas,
a um granzoal azul de grão de bico
um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima duns penhascos,
nós acampámos, indo o sol se via;
e houve talhadas de melão, damascos
e pão de ló molhado em malvasia.

Mas, todo púrpuro, a sair da renda
dos teus dois seios como duas rolas,
era o supremo encanto da merenda
o ramalhete rubro das papoulas!
Cesário Verde

sábado, 17 de novembro de 2007

Domina ou Cala

Domina ou cala.

Não te percas, dando
aquilo que não tens.

Que vale o César que serias?

Goza
bastar-te o pouco que és.

Melhor te acolhe a vil choupana dada
que o palácio devido.

Ricardo Reis

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Mais provérbios

Ande o fim por onde andar no Natal vem cá parar.

A coragem mais rara e necessária é daquele
que todos os dias suporta sem testemunhos
nem louvores os contratempos da vida.

A saudade é como o sol de Inverno
ilumina sem aquecer.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Os blogues do Zé


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terça-feira, 6 de novembro de 2007

PACO RADIO BLOG

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